Estou a tentar escrever um livro como parte de um projeto para a minha escola. Já fiz algumas partes mas vou por aqui a primeira parte do primeiro capitulo. Os asteriscos são os nomes das personagens que ainda não escolhi.

 

Enquanto aquecia as mãos na caneca quente de café, a * observava as árvores a baloiçarem de um lado para outro, levadas pelo vento forte que soprava naquela manhã de inverno. A rua estava deserta, e apenas se ouviam as gotas de chuva a bater na janela. Ela acorda sempre mais cedo para poder aproveitar o silêncio e a paz da madrugada. Mas chega a uma certa hora em que as pessoas começam a sair das suas casas, de pequeno almoço na mão, correndo para os seus carros e agarrando-se aos seus guarda-chuvas ou casacos com carapuço. Ela gosta de observar esta pequena confusão, e imaginar para onde é que cada um deles vai, com tanta pressa. Quando a multidão se dissipa, vêm os pássaros para apanhar as migalhas e as metades de sande que caem, devido à velocidade com que estavam a ser levadas. Sim, era sempre o mesmo cenário. Mas ela nunca se cansava de o ver. Estava quase a acabar o seu café quando sentiu dois bracinhos, pequenos e carinhosos, a abraça-la. A sua filha também tinha acordado mais cedo porque era dia de teste, os últimos testes antes das férias de inverno.

– Bom dia mãe! — Dizia a menina, enquanto trincava uma maçã que a * tinha deixado preparada.

– Bom dia filha — Respondia ela, abraçando a filha de volta.

Elas ficaram ali, a olhar pela janela e a observar a rua, que voltou a ficar deserta (mas já sem migalhas no chão). Ficaram as duas a aproveitar o silêncio e a paz do inicio da manhã.

~

Agora era a vez delas correrem para o carro, de mochila às costas e agarradas ao guarda-chuva. Depois de ajudar a filha a pôr o cinto, mesmo sabendo que já o consegue fazer sozinha, a * dirige-se ao banco da frente, num passo ligeiro. Ao arranjar o espelho, ela vê que a * estava irrequieta e a roer as unhas, ou o que sobrava delas.

– Estás nervosa por causa do teste?

– Um bocadinho…

Ela esticou o braço para trás e quando sentiu a mão da sua filha, apertando a sua como se estivesse a cair ou a apertar uma daquelas bolas anti-stress, disse:

– Não te preocupes, eu sei que vais conseguir.

A * sorriu, sabendo que podia sempre ter o apoio da mãe. Agora mais tranquila, largou a mão, já marcada de tanto apertar. Ela balançava as pernas e olhava pela janela do carro, reconhecendo o caminho. Aproveitou para arranjar a mochila, colocando de volta os livros que estava a ler.

Saíram do carro, e foram as duas em direção ao portão da escola. A * fazia questão de a deixar mesmo à porta. A menina deu alguns passos e parou, olhando para trás. Ela foi a correr dar um último abraço à sua mãe, que tinha ficado á porta e vê-la entrar. Agora sim, estava pronta para ir.

 

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